quinta-feira, 18 de julho de 2013

Meu nome é Edward

Nem balada, nem bar.
Era despretensiosa e ensolarada tarde de quarta feira.
Ele não buscava nenhum Rio de maravilhas pra sua vida
Mas parece que um rio foi em sua direção, de encontro ao mar.
Era um outro rio...

Duas cadeiras e o tempo passava.
Ele nem via esse tempo.
Uma única voz importava.
Ouvia o mar e ouvia um pequeno português.

Horas...
Um chope, pastéis, chopes
A música alta não era empecilho nenhum
Para aqueles desbravadores de si
Eles - um só
Em meio a tanta gente
E nada mais importava.

Dias de descobertas, de encaixe perfeito
Havia um desbravador português dentro dele(S)
Havia uma verdade descoberta, encontrada
Pulsante, interminável
E nada mais importava.

Quando nem tempo e nem espaço importam mais
Quando nada é mais forte que o que se vive
Quando ele, firme na descoberta
Quando ele(S), um só
Quando o rio se afunila e se torna um filete de água
Quando vem a seca que quase destrói o rio
Quando vem o deserto da solidão
Quando o desespero
Quando o grito mudo
Quando a distância
Quando o amor próprio
Quando o medo
Quando a dor
Quando o vendaval que destrói
Quando a dúvida
Quando a terra treme
Quando o buraco se torna maior que se imagina
Quando parecer perder
Quando...

É quando a vida vai e sacode
E o quebra-cabeça que se desmontou por um instante
Se encaixa, se reencontra, se refaz
Mesmo que com a ponta amassada, se encaixa
Perfeitamente.
Como sempre!

Ali, naquele instante, ele se depara com ele
Se entende, se encontra
Mas a imagem está distorcida
Embaçada como o espelho em banho quente.

Ora pois...
Que não se amornasse aquela água
Que não se perdesse a graça daquele Rio
Em um rio de água levemente salgada que corre
Até molhar a boca amarga pela perda.

Enfim,
Em meio a tantas metáforas
O café esfria em minha xícara branca
E sinto cada instante dessa história.
Sentirei pra sempre cada instante dessa história.

Meu nome é Edward
E eu tenho um gato de estimação.

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